Metamorfose da Advocacia: A Construção de Novos Cenários Jurídicos

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No futuro, estaremos nos livros de história como a geração que lutou contra uma pandemia devastadora. Enquanto autoridades públicas, cientistas, empresários, ONGs e grupos representativos da sociedade, ao redor do planeta, desenvolvem estratégias de combate ao coronavírus – e as crises decorrentes do mesmo – o Direito passa por um acelerado processo de transformação, onde a advocacia tradicional (conservadora) perde cada vez mais espaço para novos modelos de negócios jurídicos.

Mas, não se engane pensando que a pandemia é a causadora das principais mudanças atuais desse universo do Direito, pois devemos “dar a César o que é de César”; assim, a crise global foi um dos gatilhos para a consolidação dessa nova fase da advocacia, com modelos de negócios – e formas de trabalho – que já mostravam sinais nos últimos anos.

Nesse contexto, somos agentes ativos das audiências virtuais, reuniões por videoconferência, trabalho em home office, modelos híbridos de trabalho, do crescimento da advocacia consultiva/preventiva (principalmente no que concerne às consultas sobre as alterações normativas emergenciais), aumento das demandas contratuais e processos de negociação, mediação e arbitragem, explosão da utilização das redes sociais e suas variadas oportunidades de negócios, crescimento da prestação de serviços jurídicos remotos, surgimento de demandas para a adequação à Lei Geral de Proteção aos Dados, entre outros registros de mudanças.

Vale destacar o olhar para a advocacia de nicho, uma grande tendência, uma vez que vários segmentos de mercado tiveram um crescimento em meio à crise, o que abre oportunidades para profissionais do direito que analisam o contexto, capacitam-se, planejam-se e estão preparados para agregar valor a uma parcela significativa de clientes em potencial.

Tradicionalmente, observamos o desenvolvimento de uma advocacia pautada no contecioso, no litígio, onde o advogado é o mero resolutor de conflitos de interesses e problemas jurídicos diversos. Ver o crescimento de uma advocacia multidisciplinar, que olha para o novo e interage com outras áreas, que trabalha com técnicas de gestão e planejamento, segurança jurídica, governança, gestão de riscos e foco em melhores resultados para os clientes, é enxergar novos rumos do Direito.

A transformação digital ganhou uma força titânica na prática da advocacia. Falar sobre ferramentas tecnológicas, atuação nas plataformas digitais, técnicas de gestão, sistemas (law techs ou legal techs), inteligência artificial, legal design, visual law, entre outros termos que refletem esta evolução, tornou-se comum para advogados, escritórios e
departamentos jurídicos de empresas. Quem não se adaptar ficará obsoleto e perderá sua parcela de mercado.

Com isso, é importante destacar que o ano de 2021 é um marco quanto às regras da publicidade e marketing jurídico – objeto de discussão nos Tribunais de Ética da OAB há anos – haja vista as divergentes interpretações existentes sobre Código de Ética e Disciplina e Provimento 94/2000, interferindo na forma de divulgação de serviços, assim como na
prospecção de clientes. Agora, as regras da publicidade e marketing jurídico – de forma ética foram atualizadas e adaptadas significamente à nova realidade, ao formato de advocacia que abraça o universo digital.

Logo, a advocacia desta nova era precisa ter um olhar atento, visionário, organizado e que ultrapasse a técnica jurídica com informações e conhecimentos complementares. O novo advogado enxerga tendências, analisa o mercado, compreende suas forças e se adapta às mudanças, construindo uma proposta de valor que garanta seu crescimento ante à concorrência estagnada.

Encaramos diariamente um processo de mudança de paradigmas, com a construção de novos e promissores cenários jurídicos. Vemos a metamorfose de uma advocacia conservadora, que se transforma numa vanguardista borboleta, com cores e formas que se adaptam aos novos tempos. Qual a sua escolha, advogado: observar ou voar junto?

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